sábado, 28 de janeiro de 2012

SOMOS TODOS POETAS


Este é o título deste poema de Murilo Mendes publicado em 1938 que diz muito do que sinto atualmente. Não sei se faltam poetas ou oportunidades para poetizar.  
Já não existe espaço para o sonho da epifania temos é que adquirir objetos que nos foram impingidos como o máximo que poderíamos atingir.
Mas vamos ao poema:


Somos todos poetas

Assisto em mim a um desdobrar de planos.
as mãos vêem, os olhos ouvem, o cérebro se move,
A luz desce das origens através dos tempos
E caminha desde já
Na frente dos meus sucessores.
Companheiro,
Eu sou tu, sou membro do teu corpo e adubo da tua alma.
Sou todos e sou um,
Sou responsável pela lepra do leproso e pela órbita vazia do cego,
Pelos gritos isolados que não entraram no coro.
Sou responsável pelas auroras que não se levantam
E pela angústia que cresce dia a dia. 

4 comentários:

  1. Lindo! Mais lindo ainda é ver que apesar das circunstâncias a força renova em você!
    "Elevo os meus olhos para os montes (MG) de onde virá o meu socorro?
    O meu socorro vem do Senhor que fez os céus e a terra." (Salmos 121)
    Deus o abençoe! Imenso abraço!

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    1. Coincidência ou imponderável? Aline é o nome da minha única e adorada sobrinha, afilhada e guerreira.
      Fico emocionado e extremamente feliz em ver que a solidariedade ainda bate no íntimo dos que são sensíveis. Receber incentivo é muito bom mas quem consegue oferecer cumpre o que Ele veio nos ensinar.
      Muito obrigado e um forte abraço!

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  2. Edu, essa tem sido a minha luta também nesses últimos anos. Troquemos figurinhas:

    - pra me livrar um pouco da "carga sobre o arreio", aos poucos fui lançando em papel tudo o que de existencial me vinha à memória.

    Resultado dessa disciplina em 5 anos ou mais anos: dois romances despretensiosos; um com duzentas e poucas páginas e outro com mais de trezentas.

    Agora que está definitivamente acabada a narrativa do de duzentas e poucas páginas, que finalizei nos últimos dias de dezembro passado, na qual mexi e remexi com velhos fantasmas, dragões e outras feras invisíveis que me atormentavam, e daí faço-lhe apenas o julgamento pessoal (só corrigindo, revisando, etc.), ESTOU ME SENTINDO MUITO MAIS LEVE...

    Moral da história: nenhum dia é igual ao outro, graças a Deus!, porque de fato SOMOS MESMO TODOS POETAS, e há muito, muito espaço ainda para nossos sonhos, porque estamos vivos!!

    Murilo e você tem razão...

    Pra encerrar – e a propósito – foi num desses instantes de inquietação que escrevi meu último post:

    http://zerobertoballestra.blogspot.com/2012/01/doces-imagens-doutrora.html

    Abraços, e desculpe a extensão do papo.

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    1. Zé Roberto! Muito, muito obrigado pelas palavras, cumplicidade e incentivo. Agora fiquei ansioso para poder desfrutar dos seus romances. Não esperava que algo desta web, que tenho ainda tantas restrições, fosse tão maravilhoso como as descobertas que este Blog me propicia. Vou deixar aqui uma frase que digo sempre que posso aos amigos: " o que passou, não passou, ficou."

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