CONSOLO NA PRAIA
Vamos, não chores.
A infância está perdida.
A mocidade está perdida.
Mas a vida não se perdeu.
A infância está perdida.
A mocidade está perdida.
Mas a vida não se perdeu.
O primeiro amor passou.
O segundo amor passou.
O terceiro amor passou.
Mas o coração continua.
O segundo amor passou.
O terceiro amor passou.
Mas o coração continua.
Perdeste o melhor amigo.
Não tentaste qualquer viagem.
Não possuis carro, navio, terra.
Mas tens um cão.
Não tentaste qualquer viagem.
Não possuis carro, navio, terra.
Mas tens um cão.
Algumas palavras duras,
em voz mansa, te golpearam.
Nunca, nunca cicatrizam.
Mas, e o humour?
em voz mansa, te golpearam.
Nunca, nunca cicatrizam.
Mas, e o humour?
A injustiça não se resolve.
À sombra do mundo errado
murmuraste um protesto tímido.
Mas virão outros.
À sombra do mundo errado
murmuraste um protesto tímido.
Mas virão outros.
Tudo somado, devias
precipitar-te, de vez, nas águas.
Estás nu na areia, no vento...
Dorme, meu filho.
precipitar-te, de vez, nas águas.
Estás nu na areia, no vento...
Dorme, meu filho.
Hoje é um dia que entrou para a infâmia na história brasileira.
ResponderExcluirEnaldo, estou realmente chocado, não assisti TV hoje e não vou ler os jornais com este assunto, quero guardar um silêncio e me penitenciar porque como sociedade nós também somos responsáveis!
ResponderExcluirHoje já é domingo e a cabeça não para. Não falei sobre esse assunto no blog ainda. Talvez nem fale. Prefiro ouvir opiniões relevantes como a sua. Eu não tenho o que dizer. Como mãe e como profissional da educação (gestora, inclusive) olho para minha filha e para meus alunos (todos sob minha responsabilidade) e penso no que fazer para protegê-los. Por isso que minha cabeça não para porque não encontro resposta.
ResponderExcluirSílvia, também acho difícil respostas para o acontecido, mas será que este excesso de divulgação pela mídia não influencia pessoas desequilibradas? Este desequilíbrio, não poderia ser percebido antes das tragédias se tivéssemos uma sociedade mais fraterna? Acredito que formular e responder boas perguntas talvez ajude!
ResponderExcluirUm abraço!
Eduardo, acho desnecessária a exploração desta tragédia. Uma coisa é noticiar, outra é ficar arranjando personagens para desencadear histórias cheias de emoção. Ontem quis assistir ao noticiário local, mas praticamente só falaram da tragédia na escola de Realengo. Não, não estou menosprezando o evento, só penso que ficar falando do acontecido e abordando a dor dos familiares e das crianças que não foram atingidas fisicamente (porque emocionalmente todas sofrem), não resolve o problema. Debate sobre segurança nas escolas, por exemplo, é válido ao meu ver. E assim como você, questionar a nós mesmos, refletir, pensar e, se necessário, mudar de atitude.
ResponderExcluirSilvia, acho que você colocou o fundamental: refletir e mudar de atitude, começando por cada um de nós. Obrigado por freqüentar este espaço e pela oportunidade de interagirmos.
ResponderExcluirUm abraço!